Imagem da Laura Melo, do Software sob Medida

Lean Startup — A revolução do empreendedorismo

Michael Silva
4 min readApr 19, 2019

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Como muitos outros termos advindos do inglês, não existe uma tradução exata para “Lean Startup”, porém, por aproximação, podemos traduzir para “Startup Enxuta”. Pois bem, Lean Startup é uma metodologia proposta pelo pesquisador da Harvard Business School, o americano Eric Ries no livro The Lean Startup.

Essa metodologia foi baseada no modelo de produção da Toyota — lean manufacturing ou lean thinking — com o objetivo de aprimorar a atividade de empreender, mitigando os riscos, evitando desperdícios de tempo e recursos, além de maximizar as chances de se construir um negócio verdadeiramente lucrativo.

Não é difícil encontrar histórias de empreendedores que seguiram o modelo tradicional de negócio e fracassaram. O modelo tradicional inclui: pesquisa de mercado, plano de negócio robusto — com todas as etapas clássicas na montagem de um negócio — , fluxo de caixa futuro e, aparentemente, um ótimo produto que irá resolver todos os problemas dos potenciais clientes.

Por outro lado, método Lean Startup indica a criação de experimentos que refletem o produto final, os experimentos gerados são chamados de MVP — Mínimo Produto Viável. O MVP, que é um produto com o mínimo de recursos possíveis, porém que já entrega algum valor. Ele deve ser testado e avaliado por potenciais clientes.

Como começar?

Se você deseja empreender de maneira visionária, projetando o futuro através da criação de soluções inovadoras, é necessário desenvolver práticas para identificar e eliminar o desperdício em todas as fases do processo de empreendedorismo. O desperdício de tempo, custo ou recurso não é aceitável.

"Toda atividade que não contribui para se aprender a respeito dos clientes é desperdício." — Eric Ries

Construir, medir, aprender

Imagem do Extreme Uncertainty, em www.extremeuncertainty.com

Após uma certa consolidação da ideia, inicia-se o ciclo — construir, medir, aprender — , na fase da construção, o primeiro experimento deve ser realizado, justamente a criação do MVP. Perceba que, caso haja algum erro com o produto (experimento), a descoberta será rápida, além do mais, não se terá gastado muitos recursos.

Esse produto deve ser disponibilizado para um grupo de potenciais clientes. Após a análise das métricas colhidas durante o uso, chamada de fase de medição, será possível aprender sobre as necessidades desses clientes antes de realmente desenvolver o produto final.

O ciclo deve ser repetido até que os potenciais clientes deem um sinal claro que o produto atenderá a necessidades reais.

MVP

Imagem do Henrik Kniberg, em blog.crisp.se

O MVP não deve ser construído baseado em funcionalidades mais simples e menos importantes, deve ser um produto que tenha o cerne da ideia inicial, como já dito, deve ser desenvolvido de forma ágil e econômica, com o principal objetivo de receber feedbacks. Deve ser usado como uma ferramenta de testes e vai ajudar a antecipar problemas ou até redefinir a estratégia do negócio.

Como é perceptível, a criação do MVP não é um processo simples. Para isso, seguem alguns pontos que poderão ajudar nessa fase:

  • Você quer aprender: Antes de formular uma proposição, é válido trabalhar em várias versões de hipóteses. Se um empreendedor ainda não é capaz de formular hipóteses sobre seus potenciais clientes, ainda não é hora de fazer um MVP.

Dica: Use a técnica dos 5 porquês — Pergunte 5 vezes o porquê de um problema está acontecendo, sempre relacionando a causa anterior, você, provavelmente, chegará na causa raiz do problema.

  • Entenda o público: Tente obter o perfil ideal dos potenciais clientes, descubra quem são os seus prováveis concorrentes e o que estão ofertando. Quanto mais mergulhar no universo do negócio, mais aperfeiçoado seu MPV será.
  • Funcionalidades: É necessário encontrar o equilíbrio entre o tempo, os recursos e o valor de negócio que seu MVP oferecerá.
  • Errar faz parte: Esse é momento de errar e corrigir, sempre com o objetivo de produzir um produto que solucione um problema real.

Princípios do método Lean Startup

  • Empreendedores estão em todo lugar: A startup pode nascer em qualquer lugar, seja na garagem de casa, dentro de uma empresa já consolidada ou em uma viajem.
  • Empreendedorismo é gestão: Não se trata apenas de um produto, se trata de uma instituição que vive num contexto de extrema incerteza e deve ser gerida.
  • Aprendizagem validada: Deve-se construir um negócio sustentável. Para isso, a aprendizagem não poderá ser aleatória, deve ser validada cientificamente com a criação de MVPs.
  • Construir — Medir — Aprender: O empreendedor deverá executar todo o clico antes de decidir se vai alterar alguma ideia ou perseverar.
  • Contabilidade de inovação: A Contabilidade de Inovação procura garantir que o produto esteja evoluindo no mesmo sentido do que está sendo aprendido, evitando que os números sejam torturados até que se consiga qualquer coisa deles.

Técnicas e ferramentas para executar o ciclo: Construir — Medir — Aprender

Como falado, antes da primeira fase do clico, é necessário um aprimoramento da ideia inicial. Para esse momento, é indicado usar a ferramenta Validation Board.

Um conjunto de ferramentas muito útil para a fase de construção (de software) é a Continuous Delivery.

Para medir/metrificar o experimento e extrair os dados necessários para comprovar sua hipótese, você pode realizar o Teste A/B.

Além de colher dados, o método Genchi Genbutsu oferece uma ótima dinâmica para a fase de aprendizado, pois é possível visualizar e sentir os feedbacks dos potenciais clientes.

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Michael Silva

Application Architect and Manager at IBM. Master student at UnB. Interested in computers and systems design. https://michaelsilva.io